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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Todo poema



Todo poema
deveria ser escrito de vermelho
para saltar aos olhos dos que lêem.

Vermelho, mas não de sangue
vermelho apenas.

Poema é desabafo
aquilo que dentro do poeta não cabe mais
não é lamúria, sussurro ou suspiro,
é grito estertoroso de suicida
o leite que fervendo escorre leiteira afora
atingindo a chama
se juntando a ela
mas não a apaga
a alimenta.

Poema é ponta de faca furando barriga
o primeiro raio de sol que rasga a vista
dói, dói, incomoda
mas é sublime.