Escrevia poemas
e atirava-os pela janela
ao vento
para que ele os levasse aonde
quisesse
não concebia a ideia
de ver versos
- presos -
dentro de um livro.
Poesia aspira à liberdade
por isso a cada poema acabado
uma folha de papel voava pela
janela.
Nunca se importava
o poeta
onde o poema ia dar
ou quem iria lê-lo
ou até mesmo
se alguém iria lê-lo
talvez ficasse ali
no meio-fio
esquecido
até que uma chuva o levasse bueiro
a dentro
ou fosse atropelado por um carro
ou virasse bola na mão de uma
criança
papel higiênico nas mãos de um
mendigo
o que quer que fosse.
O mais importante era sempre o voo
do poema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário