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sexta-feira, 19 de julho de 2013

O voo do poema




Escrevia poemas
e atirava-os pela janela
                                       ao vento
para que ele os levasse aonde quisesse
não concebia a ideia
de ver versos
    - presos -
dentro de um livro.

Poesia aspira à liberdade
por isso a cada poema acabado
uma folha de papel voava pela janela.

Nunca se importava
o poeta
onde o poema ia dar
ou quem iria lê-lo
ou até mesmo
se alguém iria lê-lo
talvez ficasse ali
no meio-fio
esquecido
até que uma chuva o levasse bueiro a dentro
ou fosse atropelado por um carro
ou virasse bola na mão de uma criança
papel higiênico nas mãos de um mendigo
o que quer que fosse.

O mais importante era sempre o voo
do poema.


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